Uma das modalidades mais badaladas dos últimos anos é o beach tennis. Jogado nas areias, um esporte relativamente novo, que desembarcou no Brasil há cerca de 15 anos, vem ganhando espaço na rotina dos amantes do esporte da capital mineira, mesmo bem longe da praia.
Em Belo Horizonte, o beach tennis chegou junto de um cara, ou melhor, ‘O Cara’ da modalidade. Luiz Basile, que já foi rankeado algumas vezes como melhor do mundo e responsável por montar a primeira academia de beach tennis do Brasil, ganhou tudo que tinha para ganhar no esporte, incluindo dois Sul-Americanos e um Mundial nas areias pelo planeta. Agora, é treinador da seleção brasileira e ajuda a formar inúmeros outros técnicos do esporte.
No coração do Estoril, região oeste de BH, o craque recebeu a reportagem de O Tempo Sports em uma de suas academias e contou tudo sobre a chegada do beach tennis em BH, sua história vencedora nas areias e o futuro do esporte para os brasileiros.
“Eu fui para o Rio de Janeiro por um projeto que tinha o objetivo de introduzir o esporte nas escolas. Conheci uma professora por lá e ela me chamou para ir jogar beach tennis. Fui conferir como era e vi que eles estavam treinando para jogar o Mundial na Itália, e, quando eu bati bola, eu pensei ‘preciso levar isso para BH de qualquer maneira’. Em 2011 fizemos alguns eventos em BH e depois disso montei a primeira academia particular do Brasil”, contou Basile.
Campeonato Mundial em clima de ‘agora ou nunca’
Em 2022, o belo-horizontino de 46 anos se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão mundial – no torneio de simples – em um Mundial da IFBT (International Beach Tennis), na Espanha. Para Basile, o troféu veio para coroar uma carreira de tantos outros, e veio em boa hora.
“Cada campeonato é diferente, principalmente quando estamos em busca de algo. Eu já tinha sido bicampeão pan-americano, bicampeão brasileiro e campeão sul-americano, mas ainda não tinha sido campeão mundial. Em 2022 sabia que precisava buscar este título porque era o que ainda me faltava. Bate um nervosismo, porque não sabia se teria outra oportunidade de participar, já que são só convocados. Foi a primeira e única chance que eu tinha na época. Fui para lá e conquistei”, relembrou o mineiro, que foi um dos atletas da delegação brasileira que voltou para casa com uma medalha de Mundial na mala. Em 2022, o Brasil foi campeão geral do Mundial na Espanha, com 36 medalhas (12 de ouro, seis de prata e 17 de bronze).
Além de fazer bonito como atleta, Basile também se divide em dois. Quando não está jogando, atua como técnico dos outros membros da delegação. Junto de uma equipe, faz todo o trabalho de estudo pré-jogo e ajuda a formar os novos talentos do beach tennis brasileiro. Neste ano, o Mundial será no Brasil, em São Luís, no Maranhão.
“Eu tenho auxiliares que rodam as quadras enquanto estou jogando. Quando saio, eu fico de técnico. Sempre temos instruções antes dos torneios, fazemos um estudo de como cada país gosta de jogar e vamos tentando passar essas informações que, com tantos anos de experiência jogando, acabamos aprendendo melhor. É uma coisa muito gostosa. Estou nessa transição de sair de atleta profissional para treinador e estamos com uma molecada de 16, 17 e 18 anos vindo muito forte. Estou querendo deixar um legado para perpetuar essa equipe por muito tempo”, analisou o multicampeão.
